domingo, 25 de janeiro de 2009

We will always...


...have uncle "Moz". (And Paris, of course).
E outras coisas que é sempre o mesmo filme todos os Domingos, revista a semana que passou.

Num claro recurso aos clássicos (contínua e imperceptivelmente revitalizados na nossa mente comum).
Jogo seguro, apostas sólidas (como se diz na gíria futebolística mesmo?) no começo de jogo. Nada de entradas precipitadas (?!). Mas de pressing alto que é o que a malta curte agora.
Deixando espaço para a verborreia de um discurso incompreensível, fluente. Fintinha, jogo de pé, poesia, BD. De uma afasia que se quer meramente sensorial (não entendo porcaria nenhuma do que os doentes me dizem às vezes e eu a pensar que eles podem estar a cantar a nelhor música da vida deles...e quem sabe da minha). Êxtase última dos sentidos.


Até da capa do novo cd de Morrissey, paradoxalmente, gosto cada vez mais por estes dias. Sim, daquela pirosice pegada.


Ando a matutar nisto de há um tempo para cá. - Há a pirosice, daquelas coisas que tropeçamos por aí, e há a pirosice com estilo, sublimação última da época em que vivemos em que até o bom se mediocriza do dia para a noite, se estupidifica, tal é a nossa falta de cuidado/atenção e dispersão. Demasiada merda, demasiados estímulos, demasiada papa Cerelac pronta a degustar e a transitar organismo fora. Elogio do 100% descartável, tetra-pak que nem amigo do ambiente é. Fere a vista: tudo placares a piscar, vem já tudo sinapsado dêem-me antes a matéria bruta. Árvore grande, de casca grossa que eu faço o buraco para ouvir o verdadeiro som que vem de lá dentro. Demasiado cor de rosa, verde, amarelo (a única coisa que gosto é que a cor do símbolo das sms que chegam), laranja ranhoso, azul bebé que dizem que é moda agora (tomem lá então este parágrafo todo...e viva a moda), verde daquele que um gajo nem sabe dizer se verde ou azul (e que dá direito a discussão de café...). E tudo a piscar num mundo de amblíopes, tudo a flipar, bla bla bla, ping ping ping, blip blip blip.
Havíamos de voltar ao preto e branco nem que por minutos apenas fosse. À essência. Como podemos processar tanta porcaria? Deixem-nos em paz. "We must all focus", não foi o que disse o Obama?

Quiçá o refinado do bom gosto, quando o bom gosto se estraga é deste menu que o tio Moz nos traz. Placar branquinho ao fundo. Dancinha de parolo. Cães fofinhos, o mesmo cliché de sempre. The same formule (de quem a sabe de cor) num pacote deformado que é para chamar a atenção (a simetria cega-me). Como se o que nos restasse por estes dias fosse ser piroso com muito estilo. Já tudo foi inventado, já tudo foi destruído.

Fosse eu artista (felizmente que não o sou) e já tinha espetado um tiro nos miolos, penso eu às vezes.


Tanto..., tanto..., tanto não sei quê e ainda assim não nos sentimos senhores de nada (e eu a pensar na estante de cds e nas pastas de mp3 que tenho para ouvir...órfãos de sentidos...palavra de honra que passo mal quando penso que morro e isto assim entregue a nem sei quem). Longe de satisfeitos com pouco, fatigamo-nos com muito. E continuamos.


É. E dá vontade de um gajo embalar as trouxas, "dar às de Vilas Diogo" (adoro esta expressão...) e sem dar por ela, capaz de um gajo "se amandar" assim para Paris também (só porque nem sei onde raio Vilas Diogo fica. Paris é bem mais fácil, ali ao virar da esquina).

Braços, pernas e tudo à mistura. Quem sabe a Torre Eiffel assim fofa- não que nem pedras e aço- mas como veludo vermelho (porque é que sempre que imagino veludo me vem à cabeça a cor vermelha?). Mas daquele que até cause dermatite de tão estupidamente estranho e liso à cutis. Êxtase última dos sentidos.
Oh sim. Porra, isso é que era.


Morrissey, I´m throwing my arms around Paris.




I’m throwing my arms
Around Paris
because
Only stone and steel accept my love!!!!!!

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