sábado, 25 de abril de 2009

Coisas que o vento me trouxe

E deixou para o arrastado degustar do fim de semana.
Das tais coisas que deliciosa e docemente não me levam a lado nenhum.
Simplesmente (!?), flutua e faz flutuar.
E ainda bem.

(KO)isas sem sentido (19)

Desconfio que a torneira da minha casa de banho sofra de fenómenos de freezing parkinsónico.
Ou é isso ou estarei a ficar louco.

(KO)isas (com) sentido (20)

A primeira palavra, repetida infantilmente, pela Dª Maria, uma doente que sofreu um AVC hemorrágico extenso, e até ontem e há já cerca de 2 semanas com uma afasia global
(para que se perceba- incapaz de verbalizar, incapaz de compreender o que se lhe diz):
Mãe.
Ou melhor: Mãe, Mãe, Mãe, Mãe, Mãe, Mãe...

E hoje de novo. E amanhã talvez também.
(E até quando ou porquê?)

E depois o parar para pensar: talvez a primeira palavra que todos nós aprendemos a dizer e o caricato de ser também a "primeira" que se reaprende naturalmente um dia mais tarde.
E da Mãe que outrora a embalou nem vê-la.
O que lhe ficou?
E a palavra? O que dela é a palavra? Ou quanto lhe pertence por direito designativo?

Não sei o que resta quando as pessoas ou as coisas se vão, sequer o que fica quando deixamos de conseguir pôr em prática a mera representação simbólica que ao longo dos tempos fomos aperfeiçoando para as denominar.

Mas quando delas nada fica nem símbolos, pois o que fica então?

Muito menos pouco percebo do que um dia as uniu, as desune e volta a reunir um dia mais tarde.


E assim por uns tantos minutos, parado, bati mal. Mesmo mal.
Mas lá segui em frente e, no ridículo e longínquo horizonte apaziguador, encontrei um todo que não passa de uma falsa representação de nada. Absolutamente nada.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Uma imagem: "à noite"

Automat, Edward Hopper (1927)

Isto é com´ós os champôs...

...2 em 1.
Noite fora, só viola, uma só marca: Nick Drake, Bryter Layter (1970).

Nick Drake - Bryter Layter


Nick Drake - Sunday


PS: De nada (perdoem-me a presunção).
Sempre às ordens.

sábado, 18 de abril de 2009

(KO)isas (com) sentido (19)

Há cidades meditativas e cidades levianas.

in A voz subterrânea, Fiódor Dostoiévski

Enjoy the silence

1. **Sexta, 17 de Abril de 2009, Fábrica de Braço de Prata**

Nota a rever: Nicole Eitner.
Apontado em jeito de escrita moleskine, caneta de trazer na mala, topo de página, sublinhado 3 vezes, bolso.

Por trás da porta, já na recta final, o convite do silêncio (Enjoy the Silence dos Depeche Mode) escondia em si a imensidão da Melodia. E não há em como nos enganar quando o silêncio dá assim na mais pura e doce Melodia.
Raios, ainda trago aquela maravilhosa cover comigo, aqui meio colada ao cortéx temporal direito de quem quase roça no hipocampo.
Still processing your request.

O ambiente da Fábrica: indescritível. Talvez (talvez não...porra, de certeza!) o mais aproximado que conheço do País das Maravilhas, verdadeira fábula infantil em versão adulta.
E às páginas (e notas) tantas, ponho-me a pensar que aquilo não pode ser em lugar nenhum: não é na minha Coimbra (infelizmente), nem em Lisboa o é (absoluta negação). É ali e dali vai connosco para todo o lado.


2.

Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Can't you understand
Oh my little girl

Enjoy the silence...


##Sábado, 18 de Abril, Fnac VG##

sábado, 11 de abril de 2009

A ressurreição do Senhor

...Patrick Watson (& The Wooden Arms)
(é ao que parece o nome dos seus novos apóstolos)

Patrick Watson & The Wooden Arms - Wooden Arms (2009)

Que se lixem as âmendoas, que se lixe o Benfica e o banco de amanhã, que a Páscoa- como o Natal e tantas coisas mais- é quando um gajo quiser.
Venha a nós o Senhor então que agora só dá ISTO.

Boa Páscoa.

Uma imagem e uma frase


«One must have chaos in oneself in order to give birth to a dancing star».

Friedrich W. Nietzsche, Assim Falou Zaratustra

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Insight stroke




Jill Bolte Taylor, neurocientista, contou em Março de 2008, numa das palestras promovidas pela TED:Talks e cujo lema é "Ideas worth spreading", a sua experiência após ter sofrido um AVC hemorrágico em 1996.

Movimento, percepção, emoção, fé, linguagem, está lá tudo empacotado.
E mais que tudo isso, o extraordinário "insight vision" e porque não, como bem demonstra este caso, os ainda enigmáticos limites da plasticidade cerebral.
18 minutos que valem bem a pena.

sábado, 4 de abril de 2009

«Saturday afternoon, he pops»

Kings of Leon - Manhattan



Chegou tarde, confesso, e o vício afigura-se fugaz ao ritmo meio pop da coisa. Salva-se então o desmesurado devaneio presente da adicção, sustentado no desgaste do botão replay, que também por isso é assinalável.
Mas sempre ouvi dizer que mais vale tarde que nunca. Assim seja.

Snapshots

Não pela fotogenicidade mas pela sensação.
Brain-wash.


quarta-feira, 1 de abril de 2009

Quarta-feira, 01.04.09

Red House Painters - Song for a blue guitar



When everything we felt failed
and some music soft in distant sails
but it don't sound like it did before
then I know I'm left with nothing more
than my own soul
when pretty pictures face back
but your coats aren't hanging on the rack
and blue water turns to
a place that I can't get to
a place that I can't

in a room all I feel
is the cold that you left
through the air all I see
is your face full of blame
what's left to see
what's there to see

in the room all I feel
is the cold that you left
through the air all I see
is your face full of blame
what's left to see
what's there to see

what's left to see

E é tudo por hoje e por um dia.
Diz quem sabe, só isto já dava para uma vida.