
Entre estas manifestações, ia eu esta Sexta a caminho do C.S. onde me encontro, e entre umas poucas e tímidas bandeiras à janela, reparei num talho que ostentava orgulhosamente uns tantos cartazes, 100% "mão-facturados" a cartolina, tesoura, cola UHU, caneta florescente e mui imaginação, metade verde-metade vermelhos (felizmente cada metade no seu lado correcto): "Vende-se carne só NACIONAL"!!! (com nacional assim em letras bem maiscúlas). Não deu para esconder um sorriso, acho.
Seja como for, populismo ou não (para mim, as manifestações de terceiro-mundismo, felizmente, ainda são outra coisa e também as há por cá), cada qual à sua maneira (com ou sem sandes de torresmo e tinto, com ou sem apreciadores de peixe e bacalhau à braz), o futebol ainda vai sendo das poucas coisas que nos alegra. E ainda bem. Então festejemos sim senhor, e quando assim o justificar, que só nos faz bem. Mas não caíamos em exageros (tenho para mim que a piada do festejo está no gradual crescente da coisa, qual garrafa de espumante prontinha a abrir caso sejamos vencedores). Caso contrário, o que faremos nós quando formos efectivamente campeões?
Depois de muito pensar, e visto que esperas em aeroportos é "coisa de meninos", cordões humanos com não sei quantos kms idem, estádios a abarrotar também, bolos-de-não-sei-quê com não-sei-quantas-centenas-de-metros-de-extensão já nem falo...assim, radical radical mesmo mesmo (e único)...apenas me ocorre pintar os Jerónimos de verde e vermelho (as cores dos 2 grandes clubes da capital também, por sinal). Seja como for, tudo menos o Roberto Carlos a cantar a "Casa Portuguesa". Isso é que não. Isso já entra no domínio do terrorismo.
(agora que escrevo isto, e embora todos nos sintamos quase como campeões, apercebo-me da dura realidade de ainda não o sermos e sinto mesmo um pouco do "friozinho" que será a inevitável desilusão caso uma "Gréciazinha" ou uma "Françazinha" nos trame e tal não se venha a concretizar).
Humildade q.b., dedicação e concentração sem fim, algum sofrimento (epá...isto sem sofrermos um pedaço torna-se um Domingo de passeio e para isso não preciso de ligar a TV) um pedaçito de sorte e lá mais para o fim, uma ou outra loucura saudável. Assim, sim.
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