domingo, 30 de novembro de 2008

Até que a vista nos doa (14)

E os lábios.

Penélope Cruz

(KO)isas sem sentido (8)

As sugestões de Natal no fascículo da revista Visão da semana passada.
Um clássico nas revistas por esta altura. Mas as da Visão destacam-se.

Mas o que vem a ser aquilo? Como? O quê?? Onde? Para quem? Doidinhos...
Comédia de época...só pode ser. É que, de ano para ano, estão cada vez melhores. Os meus sinceros parabéns.
A ver se para o ano que vem me dizem qual o melhor Rolls-Royce para eu oferecer ao meu vizinho do lado. Só simbolicamente, claro.

sábado, 29 de novembro de 2008

E mais isto...

...antes de fechar por hoje.

O Silent Void do David Fonseca recordado para a eternidade, ao vivo no Coliseu (sei de gente que esteve por lá).
Um dia destes após um showcase na Fnac em Coimbra, face-to-face : "és grande David". Epá, repito-o de novo. Depois de ver isto, é inevitável.
E ainda assim, falta-lhe um "pedacinho" para ser o retrato fiel do que foi.

David Fonseca - Silent Void (Live in Coliseu dos Recreios 12.04.08)

O blog

médico (e não só) do momento para mim. Por razões óbvias.
Aconselho vivamente.

The boy with the thorn in his side

Hoje, tarde fora, entre uns tantos pingos de chuva lá fora.
Relembrado no outro dia ao chegar a casa, na Radar.
Um original dos The Smiths, na voz de Scott Matthews. "Ná-palavras".


Scott Matthews - The boy with the thorn in his side

The boy with the thorn in his side
Behind the hatred there lies
A murderous desire for love

How can they look into my eyes
And still they don't believe me
How can they hear me say those words
And still they don't believe me

And if they don't believe me now
Will they ever believe me?
And if they don't believe me now
Will they ever will they ever believe me?

The boy with the thorn in his side
Behind the hatred there lies
A plundering desire for love

How can they see the love in our eyes
And still they don't believe us
And after all this time
They don't want to believe us

And if they don't believe us now
Will they ever believe us?
And when you want to Live
How do you start?
Where do you go?
Who do you need to know?

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

May I present to you my new best friend

At least, I hope so.

A parte pelo todo

Cronologia dos meus últimos tempos:

1.
Esboço argumentos de possíveis escolhas em plena viagem. Ideias que surgem, em papel-cartão, contra-capa e sujo, empoleiradas nas margens. Gosto de preencher os espaços assim: prender as preciosidades em cantos de página. Talvez assim me oriente melhor, não fujam da mente, não sei. Correndo os poucos anos de experiência (ao fim de quantos anos se pode falar em experiência?), mas de sinceridade e entrega própria total, à velocidade vertiginosa que transporta os objectos lá fora para trás. Se olhar pela janela, tem momentos em que face à torrente vertiginosa de pensamentos, enjoo. Qual efeito Doppler, ideias vão, ideias vêm, e às vezes apetece-me desistir, pedir um mapa genómico, consultar uma cartomante e descobrir afinal para que fui eu feito.


2.
Ambiente caseiro. "Sentem-se aí, quero que ouçam isto". As palavras e a concordância de quem me quer melhor. Sei-vos bem.
Os teus olhos, quando sabes que decido com gosto mas com a razão, dizem tudo. Ou melhor, espelham mundos de forças inquebráveis. Meus e teus, só. Acho que ninguém mais os descobriu até hoje, inclusive. E sinto-tos tal e qual os meus quando me cativam com esse estúpido elixir que é a lógica apaixonada das coisas (existirão lógicas apaixonadas?...).
Pois então: sigo caminhando sempre pela estreita fronteira entre a racionalidade que sempre desejei ter e aquela que sei que nunca irei alcançar de todo (felizmente). Apenas parte.


3.
"Já decidiste Luís?"
"Sim, já decidi". 2 ou 3 clicks depois, 2 páginas imprimidas e 2 assinaturas, um trocar de "parabéns" e um "obrigado por tudo" trancado por um sorriso mútuo. O meu: daqueles de quem não sabe bem para o que vai mas vai e vai com vontade. Como sempre fui sempre que me apeteceu fazer algo, como agora. Simplesmente, fui. A vida é feita de desafios, sem eles somos nada, penso.


4.
"Sabes, e não é que por cá está aquele frio?" :)

Talvez as vidas se definam mesmo em míseros instantes e nós aqui, mergulhados em utopias de tempos para tudo.
Num momento nascemos, num momento começamos a falar, a cantar, num momento sorrimos e noutro fazemos sorrir. Fazemos amigos e num momento afastamo-nos para sempre de outros, sem que saibamos sequer porquê. Num momento apaixonamo-nos. E num instante decidimos o que fazer para o resto da vida, assim. Num momento, o nosso clube é campeão mas noutro ainda perdemos tudo, taça e campeonato. Num momento somos tios, pais, avós, os maiores e os piores. Até que então, num momento exacto x, pelo processo fisiopatológico y (as palavras técnicas soam tão mal às vezes...) adoecemos e mais tarde num último instante morremos. É sempre assim. Tudo simples momentos.


5.
Amigos, a felicidade na voz dos outros que nos conhecem. Mesmo. A felicidade de quem é jovem: "porra", a felicidade de quem é jovem e tem um futuro de projectos pela frente é das melhores coisas do mundo.
A realidade do que parecia ser o sonho de sempre. A percepção da realidade. A realidade é uma merda, às vezes mete nojo mesmo. Asco. Capaz de nos levar a criar rancores para toda a eternidade. Isso não, isso não quero. Em jeito de troca de confidências: assistimos ao fim e ao assassínio das coisas mais belas e genuínas, aquilo que sei unir a alguns de nós. Aquilo que nos uniu. Ainda assim buscamos alternativas (ou não) mas seguimos em frente sempre.
O reconhecimento. "Obrigado por tudo. A medicina, seja qual for a especialidade é só uma." Sem dúvida.

sábado, 22 de novembro de 2008

Snapshots

Lisboa.
(...We live together in a photograph of time...)






Crónica de uma morte anunciada

Naquele momento não se ouviram as campainhas do chinfrim habitual, nem muito menos pairaram inquietações no ar, se trocaram olhares cúmplices de nervosismo, fracasso ou desilusão, sequer levitaram suspiros. Nada, mesmo nada, tudo sereno. Do lado de fora da janela, as obras na rua não pararam. E no corredor além da porta, o vaivém contínuo dos outros sempre. Distraídos, impunes, cúmplices, indiferentes ao que ali se passava. ("Ninguém se rala" com as despedidas dos outros, cruzamo-nos vezes sem conta com pessoas que nada nos dizem a dizerem adeus por aí fora e nós na nossa santa vidinha.)

Momentos em que o silêncio e a sobriedade de um exame técnico, de uma auscultação ganham uma dignidade indescritível. Em 3 anos como aluno e noutras tantas vezes como interno agora, nunca lhe senti tanta força, certeza e firmeza no gesto. E o silêncio, e o vazio, aquele vazio interior que nos faz parecer que o esófago e a traqueia são um tubo oco que mais parece uma anilha. (Se a visse na rua a despedir-se de alguém, sentir-me-ia assim? Acho que não...)

"Midríase fixa, ausência de resposta à estimulação dolorosa, silêncio à auscultação, assistolia no traçado electrocardiográfico". Tudo isto em meia dúzia de explicações, assim, ali (como eu gostaria de poder vir a ser lição para alguém assim, e a propósito, o meu muito obrigado.). Inevitavelmente, a memória da lição para a vida que a minha avó me deu no dia em que também ela me disse adeus assim, doce e serenamente.

"Está verificado". E pé-ante-pé, antes do vaivém do corredor, olhar para trás uma última vez (acho que não consegui evitá-lo...). A cor: um verde (a graça da esperança...) quase florescente que revelava de caras um dos males de que padecia: fígado.
"Paragem cardiopulmonar irreversível", parece que foi assim que ficou escrito no diário. Perdoem-me a crueldade, mas havia já alguns dias em que, pese embora a ausência das palavras, já lá constava tamanho registo.

E hoje a notícia mais que anunciada chegou-nos assim como quem nem precisa de tocar à porta antes de o dizer. Pressente-se a passagem. De tal forma, que o mundo lá fora nem sequer "topou".
Na memória, guardarei para sempre a prontidão com que a minha tutora se disponibilizou para, mesmo não sendo a sua médica, não a abandonar naquele momento (haverá "momentos" quando tudo acaba?) e ao telefone mais tarde, as bonitas palavras que remetem para um gesto, em si, cheio de vida: "a Sra. X despediu-se".
No momento em que eu morrer, também eu quero que digam que, ao ritmo normal do mundo, me despedi. Só.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Hoje e sempre

Revivendo os eighties. Porque há coisas que ficam para sempre.
Todos juntos.

Nós e as nossas músicas.

Tiago e Bettencourt e Mantha - Pó de Arroz (Carlos Paião)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

(KO)isas (com) sentido (10)

No SO:


Ele: Vê lá este raio-x Luís (qualquer coisa como isto).
Eu: Hmm?!
Ele: Aqui:
Eu: Bem..!
Ele: Isto sim, isto é uma MULHER de CORAÇÃO GRANDE . Existe mesmo. Vês esta uma vez e nunca te deixes enganar.
É o que se chama ver para acreditar.
Eu: ...

Desabafo d´aqui 4

Será que não existe desta colecção algo como "Hard choices for dummies?"
Que jeitaço que dava...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Desabafo d´aqui 3

Não gostar de castanhas em plena época de São Martinho é como usar blusão de penas em pleno Verão.
Afinal de contas, quantos somos?

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Óbame!

Antecipando a vitória de Obama mais logo.
No dia em que, quer queiramos quer não, todos nós somos americanos.

Diz que Wilco é a banda favorita do senhor.
Got a box full of votes!, talvez seja o mais adequado.

Wilco - Got a box full of letters

Entre : linhas

«Talvez eu não tenha vivido como devia?», ocorreu-lhe de súbito. «Mas como, se fiz tudo como deve ser?», disse para si mesmo e imediatamente afastou essa única solução de todo o mistério da vida e da morte como coisa completamente impossível.
«Mas que queres tu agora? Viver? Viver como? Viver como vivias no tribunal, quando o oficial de justiça proclamava: "Chega o juiz!..." Chega o juiz, o juiz chega- repetiu para si mesmo. - Aí está ele, o juiz! Mas eu não tenho culpa! - exclamou, furioso. - Porquê?» Parou de chorar, e voltando a cara para a parede ficou a pensar sobre a mesma coisa: porquê?, para quê todo aquele horror?
Mas por mais que pensasse não encontrava resposta. E quando lhe ocorria, como muitas vezes ocorria, a ideia de que tudo aquilo resultava de ele não ter vivido como devia, logo recordava toda a justeza da sua vida e afastava essa ideia estranha.

in a A Morte de Ivan Ilitch,
Lev Tolstoi

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Snapshots

No Café Noobai e com a vista do miradouro do Adamastor sobre o rio Tejo.

Dos momentos que valem acima de tudo pelo que nos rodeia.
Tal qual um rio de dúvidas existenciais, prestes a descobrir o seu caminho e a desaguar num qualquer porto seguro. Assim espero.

Sem comentários (5) (se tal for possível...)

Permitam-me só umas pequenas adendas:
1. Ora, se a contagem não me engana, já revi este lance umas 373 vezes.
2. Maradona: "Pablo Aimar é o único jogador actual que eu pagava para ver".
3. Pois então, para mim, o Benfica é daqueles clubes que tem forçosamente de ter um jogador do tipo Aimar.
4. Mais: Aimar nem precisa de jogar mais até ao final da época. Simplesmente, só com isto já me convenceu.

sábado, 1 de novembro de 2008

"Early morning" (à la abrupte) sounds

Com a voz de Lou Reed na intro da fantástica música de Antony Hegarty (esse "guru" dos gays...).
Fistful of love
.

I was lying in my bed last night
Staring at a ceiling full of stars
When it suddenly hit me
I just have to let you know how I feel...

Antony and the Johnsons - Fistful of love

Cinema (por e fora de casa)

W, Oliver Stone (2008)

Gomorra, Matteo Garrone (2008)


Na falta de actualização da vasta série cinéfila: em casa e fora.
Entre outros, dos que me recordo:
- Por casa: Niceland, Cinema Paraíso, Uma noite na Terra, O meu irmãó é filho único(again...).
- Fora: Tropa de Elite, O segredo de um cuscuz, Bienvenue chez les Ch´tis.
Faça-se o salto, carregue-se no reset e inicie-se nova contagem.
A ver se não me falha de agora em diante então.