quinta-feira, 30 de julho de 2009

E por falar em casas...

I´m from Barcelona - Treehouse (La Blogothéque)



É isto e outras coisas que as enchem de sentido.
Numa clara homenagem ao povo sueco, e claro está, ao Ikea.
Com direito a desafinanço e tudo.

Habemus salum


Ou caminhamos a pequenos passos e orgulhosamente nesse sentido.
3 reflexões profundas de férias (fico-me pelas 3 só):

1. Após visionamento de algum tempo de tv: o tipo(a) que fez o anúncio da Trinaranjus (aqui em espanhol- é quase melhor...), os meus sentimentos.
Porquê? pelo anúncio, só. «Valha-me Nossa Senhora»...o que é aquilo?

2. A pré-época do Benfas.
Havia de existir um campeonato da pré-época: éramos sempre campeões e dava-se aquele jeitinho aos emigrantes que vinham cá fazer a festa.
Digamos que a minha ilusão é inversamente proporcional ao número de jogos que o Benfica faz ao longo da época (pelo menos, é o que tem acontecido nos últimos 10, 15 anos vá). Este ano não é excepção e estou por isso na «fase rebuçado». Deixem-me estar e não tenham pressas. A curtir o docinho enquanto isto não amarga. Espero que me engane desta vez.

3. O pior das férias é, sem dúvida, acabá-las (esta, das 3 reflexões, talvez a mais profunda mesmo).

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ainda «Na Patagónia»

O poeta vivia sozinho numa cabana de duas divisões à beira do rio, num lugar isolado coberto de damasqueiros. Tinha sido professor de literatura em Buenos Aires. Viera à Patagónia quarenta anos atrás e tinha ficado.
Bati à porta, e ele acordou. Caía uma chuva miudinha, e, enquanto ele se vestia, abriguei-me debaixo do alpendre e fiquei a admirar a sua colónia de sapos de estimação.
Os seus dedos apertaram-me o braço e fixou-me com um olhar intenso e luminoso.
- Patagónia! - exclamou. - É uma amante possessiva. Enfeitiça. Uma autêntica sedutora. Envolve-nos nos seus braços e nunca mais nos deixa partir.
A chuva tamborilava no telhado de lata. Durante as duas horas que se seguiram, ele foi a minha Patagónia.

Na Patagónia, Bruce Chatwin

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Toda a verdade sobre o urso da Natura

...ou The Coral - Dreaming of you
(uma repetição aqui no "pasquim")



É, não me venham com falinhas mansas.
Possivelmente das melhores músicas que a brit indie pop produziu nos últimos anos.
E quantas músicas têm ursos a cantar? Genial.
E é de sair por aí a cantarolar isto.
No Verão então...cuidado. Epá, tem mesmo muito estilo... :)
(...ou pelo menos é o que eu orgulhosamente penso.)
Tenho dito.
E vou ali carregar no play outra vez que o repeat está avariado.

P.S: e não é que descobri o raio do site onde um tipo pode brincar com o urso e tudo?

sábado, 25 de julho de 2009

Até que a vista nos doa (16)

Iben Hjejle

No regresso, a espaços, a uma velha rúbrica (assim vão aparecendo as protagonistas).
Em terra de loiras, quem tem glamour de morena é raínha.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Porque hoje é Sexta

Jens Lekman - Friday night at the drive-in bingo


...em jeito de quem ainda dança ao ritmo do concerto de Jens Lekman...
E este poster. É. Qualquer coisa de delicioso.

Patagonia Express

(imagem retirada daqui)

«Il n'y a plus que la Patagonie, la Patagonie, qui convienne à mon imense tristesse.»

Blaise Cendrars,
Prose du Transsibérien et de la petite Jehanne de France


Lê-se, em epígrafe, no prefácio de In Patagonia, de Bruce Chatwin.
E mais que a frase, o lugar, um certo modo de vida ou o simples desejo de evasão, o seu desígnio parece encerrar em si tudo aquilo que pertence ao universo do que nos foi, é e será sempre inatingível. "Patagónico", titânico.

Por momentos, Patagónia podia bem ser o título do raio deste blog e assim logo abaixo apareceria tamanha citação (tarde demais, fica no entanto expressa a vontade). A inveja é um pecado mortal mas o seu reconhecimento é meio caminho para a absolvição.

Continuamos na música a granel

The 13th Floor Elevators - You´re gonna miss me

Sairemos a cantar por aí:«Oh les champs elysées!!»

Stereolab - Lo Boob Oscillator

Pop music killed the humanity (not the video star)


What came first, the music or the misery? People worry about kids playing with guns, or watching violent videos, that some sort of culture of violence will take them over. Nobody worries about kids listening to thousands, literally thousands of songs about heartbreak, rejection, pain, misery and loss. Did I listen to pop music because I was miserable? Or was I miserable because I listened to pop music?

High Fidelity, Nick Hornby
[Estava em lista de espera há já algum tempo. Saltou da estante agora. O mesmo que serviu de argumento ao filme (que a casa também recomenda vivamente).]

Como nota de rodapé, a péssima tradução da Teorema. Erros ortográficos e mismeanings. Poupava uns trocos, comprava o orginal e ficava melhor servido.
What the hell...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Crime, disse ela

"But for how long did we stop dreaming?"
...

Nick Drake - Pink Moon


Saw it written and I saw it say
Pink moon is on its way
And none of you stand so tall
Pink Moon gonna get you all...


(atentem na brisa que sopra no fim...speechless)

Mais uma do Hopper

Railroad sunset, Edward Hopper (1929)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

«It´s one small step for (a) man, one giant lead to mankind.»

(imagem retirada da Internet)

No dia em que a alunagem "completou" 40 Primaveras.

sábado, 18 de julho de 2009

We´ll never dance alone, Jens



Confirmou-se.
Tudo: as "franjinhas" (provavelmente todas que existem em Coimbra), pés de dança (muitos), a inevitável boa disposição e seus sorrisos.

A música é e provou-se, afinal de contas, o veículo por excelência para cativar num dado momento e por tempo impreciso (break the spell darling...) alguém.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Yann Tiersen, C.A.E. Fig. Foz, 04/07/09

Houve quem tenha ido lá pela Amélie. «Amélias», disseram alguns.
E de facto, da Amélie, ouviu-se pouco ou mesmo nada.
Muita guitarra, alguma distorção propositada, bastante violino, beaucoup de rock, algumas cabeças e outros tantos bate-pés ao ritmo da coisa.

Polémicas à parte, fica então a partilha (não minha, mas de quem para mim e para outros, gentilmente colocou no Youtube).
Mais do que a pseudo-crítica, a partilha despretenciosa.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Twitter: what are you doing?


Eu confesso que percebo os blogs (por razões óbvias).
Vejo os que quero, nem se perco tempo nos que não me interessam. Adiciono uns. Às vezes, apago e readiciono mais tarde até.
Tal e qual a minha relação com a TV, a rádio, assim me relaciono com a internet e seus recantos.
Em tudo isto, deixo sempre espaço para uma possível mudança de opinião/gosto com o simples passar do tempo.

Eu até que percebo alguma da piada do furor inicial que foram as redes sociais, hi5 e afins. Por menos interessante que um tipo seja, é sempre possível vender o "produto". Uns mais bem "empacotadinhos" que outros.
Aguçou as nossas capacidades inatas de auto-promoção, de reles comerciante do produto mais básico que possa existir: nós mesmos.


Mas o Twitter, as mensagens instantâneas de estado e semelhantes, soam-me única e exclusivamente ao culto estúpido do Momento. À partilha inusitada, ao jeito de de uma histriónica que sai à rua aos berros todo o santo dia. Louvados sejam os vizinhos.
Quem não conhece tais personagens?

Para que um momento seja digno de registo (pelo menos para terceiros), há uma santa qualidade que não lhe pode faltar: raridade, não menos relacionada com outros tantas: espetacularidade, dignidade do que é partilhável, susceptível de merecer a atenção de outros.
Tal qual uma sinédoque, vai-se priveligiando:
A página em vez do livro.
O acorde em vez da melodia.
O mero "bitaite" em vez do raciocínio.
O vector de embate, esquecendo a física global dos corpos.
O fácil.
O imediato.
A parte em vez do todo.

Vejamos: uma cena pode até ser muito boa mas não nos esqueçamos que para as juntar existem os realizadores. E inclusive, existem os bons e os maus. Como em tudo.
Parece que o mundo vai acabar amanhã. Diz qualquer coisa para a mamã e para o papá. Para o tio que está em França e que te está a ver através do Twitter.

Como se a vida fosse mesmo um palco (é-o, eu sei). Mas até que ponto a nossa sociabilidade não passará pela saudável abstenção dos dramas dos outros?

Vómito a vómito, uma sanita em que se está constantemente a debitar qualquer coisa para quem está do lado de cá.
Todos debitam, tudo pode ser debitado.
(Onde ficaram os diários que as pessoas tinham antigamente? E as chaves dos mesmos?)
E ainda bem que é sinal de liberdade, dirão alguns. E o saudável espaço entre aquelas, não se esgotará à medida que cada uma reclama cada vez mais espaço para si?

Sou pois incapaz de perceber o que leva as pessoas a tanto reportarem o que "fazem" minuto a minuto das suas vidas. Note-se bem: raras vezes se quer o que "pensam" naquele minuto.
E quem não o faz, terá uma vida menos interessante ou será menos merecedor da atenção dos restantes?
Salva-se a vertente pseudo-jornalística da coisa, o lado às vezes irrisoriamente útil da questão.

Todos temos um microfone na mão há muito, é sabido. Mas quantos de nós lhe saberemos pegar?
A informação foi, é e será sempre uma faca de dois gumes (lá está, e por falar nisso, ela é uma "faca de 2 legumes", já dizia o "passarinho-twitter" Jaime Pacheco).
«A menos» é sintomático de ignorância ou opressão, «a mais» é uma seca, ou melhor, autêntica inundação e salve-se quem ainda vai sabendo mandar umas braçadas.

Ora, para as saber mandar é preciso um dia ter aprendido a nadar. E nessa aprendizagem, não se passa do dia para a noite para a piscina olímpica.


E o Twitter: oferecer-lhe o Nobel da Paz como ouvi há dias é, claramente, vangloriá-lo por algo que as massas sempre foram fazendo (com ou sem Twitter): a mitificação (ou antes, mistificação) de qualquer coisa pelo bem que possa ter causado (no caso, a partilha das imagens dos recentes confrontos nas presidenciais iranianas) ou pelo mal (algo para o qual não estamos ainda muito alertados...ou para o qual não terá passado se quer tempo suficiente para que nos apercebamos).

Não será a nossa sanidade mental, social um bem precioso? até que ponto não se estará a transformar a comunicação, a própria linguagem- com sedes biológicas já bem identificadas, e com isto tudo, inevitavelmente, as relações entre os homens?
O processo está em curso, não há volta a dar-lhe, é certo.


Não que eu considere a minha vida insuficientemente interessante para que a possa descrever telegraficamente ao minuto (ok, admito que seja até...tem minutos em que não faço puto mesmo).
Diria antes que, em jeito meio empático (de nada!), pouco me interessa partilhar algumas coisas que me vão acontecendo, muito menos saber o que a maioria das pessoas fazem das suas vidas. (Salvam-se pois raras e honrosas excepções, algumas das quais em que sou apologista do recurso ao meio audio-visual mesmo...o séquito do bom "voyeurismo" é pois a meu ver parte da herança genética da humanidade.)

Como diz o ditado, ainda há ignorâncias que vão sendo uma bênção.
Ou talvez, como diz o outro, ainda haja coisas que devemos guardar para nós próprios. Única e exclusivamente.

Uma foto e uma música


I lost myself on a cool damp night
Gave myself in that misty light
Was hypnotized by a strange delight
Under a lilac tree
I made wine from the lilac tree
Put my heart in its recipe
It makes me see what I want to see...
And be what I want to be

When I think more than I want to think
Do things I never should do
I drink much more that I ought to drink
Because it brings me back you...

...

Listen to me, why is everything so hazy?
Isnt that she, or am I just going crazy, dear?

Lilac wine, I feel unready for my love...

«Esta noite as ruas são nossas»

Richard Hawley - Tonight the streets are ours



Nas noites de Verão.

Das "crises existencialistas"

Quantos seres distantes e distintos em variadas mansões do Universo estão a contemplar a mesma estrela neste preciso momento! A natureza e a vida humana são tão diversas como as nossas inúmeras constituições.
Quem saberá que perspectiva oferece a vida ao outro? Poderia haver milagre maior do que podermos ver através dos olhos de outrem por instantes?
Deveríamos viver em todas as épocas do mundo numa hora. Melhor, em todos os mundos das épocas! História, Poesia, Mitologia!
Não conheço leitura da experiência de outro tão surpreendente e instrutiva como esta certamente seria.

Walden- Onde vivi e porque vivi, Henry David Thoreau

terça-feira, 7 de julho de 2009

«O "monstro" precisa de amigos»

Ornatos Violeta - Capitão romance



Por querer mais do que a vida
Sou a sombra do que eu sou
E ao fim nao toquei nem nada
Do que em mim tocou

Eu vi, mas não agarrei
Eu vi, mas não agarrei

...