sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Celebrando o Halloween


Jeff Buckley - Wicthes´ Rave
(não perdendo a hipótese de meter a colherada dos mestres...sempre)

It sounds just like a scream. I don't know what you mean
Your witchcraft's all around me in your ragged pagan scene
You tell me all the ways around my garden that you like
I float just like a bubble heading for a spike

All is well between the breasts of passenger and slave
We'll never make it out alive to join the witches' rave

You'd like to see him suffer for you fantasy and thrill
He fell sick while we made love, he's out there, somewhere,still
Oh, I feel the spell that you have cast,
Hot, pink, nasty bubble gum, coming down just like a big redcoal
ooooooo. oooooooo

I can't help from looking outside for a guarantee
I can't help from looking outside for a guarantee

Hey! I try to keep all hidden when you come around
Oh, no! the sight of broomsticks sliding on the ground
You're levitating something,? cause i feel so collectible
We're all lying natural,
He's watching from a window up above i see he loves you,
I'll bring you closer
Something in my fate says it's not right for me
Tell me, am i cursed or am i blessed?
I can't tell, oh yes!?

Cause all is well between the breasts of passenger and slave
I'll never make it out alive to join the witches' rave
oooooooooo. ooooooooooooo

I can't help from looking outside for a guarantee
for a guarantee

(KO)isas (com) sentido (9): Infradesnivelamento de ST

Em termos electrocardiográficos foi o que deve ter ocorrido ontem algures no meu sistema de condução eléctrico cardíaco por instantes (ECG, essa coisa que ainda é um Sr. para mim, trato-o por você, inclino a cabeça para baixo, tal é a distância e o respeitinho que lhe tenho).

Em termos mundanos, traduz a loucura que senti veias fora quando dei por mim a conduzir, em plena avenida lisboeta, hora de ponta, sem semáforos a funcionar.

Esqueçam aquela cena das prioridades à direita (quando a direita vem de todos os lados...) e o código dá mesmo um bom calço para mesas mancas nestas situações. Juro que ainda me lembrei dele uns segundos. Depois...bem depois veio-me logo à cabeça a imagem do Mowgli, do mítico Livro da Selva, esse clássico infantil. E até acho que foi só isso que me acalmou.
A selva urbana não é um mito de facto. Comprovei-o. E aquela máxima do "salve-se quem puder" não podia ser mais verdade.
Só para que se saiba: safei-me. Em pouco mais de 30 segundos. E o carro também. IMPECs.

sábado, 25 de outubro de 2008

Jesus Lord!!

Se me perguntarem se já vi J.C, sou gajo para dizer que sim senhor, já o vi.
Qual presépio, havia não sei quantas cabrinhas à volta e respirava-se um clima de magia e bucolismo indescritível.
Mais: além de Jesus parecer ser um tipo "porreiro" e que bem que ele cantava!
Qual Rei Mago que vai admirar o menino, era gajo para felicitá-lo com um abraço daqueles.

Fleet Foxes, Fleet Foxes.
Sem dúvida, o disco do meu outono.

Fleet Foxes - He doesn´t know why
(e o pior é que nem eu ainda sei bem porquê..)

(KO)isas (com) sentido (8)

As estações de comboio, os aeroportos, as estações rodoviárias e até as estações de serviço em plena auto-estrada: cabe lá quase tudo quanto haja nesta nossa "vidinha".
Não são poucas as vezes em que dou por mim a pensar nisso este ano. Se nos fosse concedido apenas 1 dia de existência para nos apercebermos de tudo quanto pode acontecer à nossa volta, que esse mesmo dia fosse passado em viagem.

Chegadas e partidas.
Desencontros e encontros.
Saudade, ansiedade, euforia, tristeza, cansaço, desespero, admiração, raiva.
Gente de todo o mundo e de todas as formas.
Um sentido.

Atrasos e esperas.
Rebuliço e calmaria.
Tudo isto num continuum, sempre aberto, gente vem, gente vai, nada pára e tudo se transforma.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Sem comentários (4)

Os Magalhães, o melhor humor nacional

Esta malta que organiza estes cursos de introdução ao Magalhães promete.
Humor de alta craveira este que se faz com professores hoje em dia. Pena que não seja aberto ao público.
Arruma Gato Fedorento e Contemporâneos num cantinho mesmo. E Magalhães, bem vista a coisa, até que é um nome divertido, bem-disposto. (Ma-ga-lhães! pode-se até dizer em crescendo e tudo...espetáculo!)

Deixo-vos 2 sketchs (humorísticos porque desculpem lá, não há outro nome para isto).
Epá, não agradeçam. Digam antes aos vossos filhos, sobrinhos, amigos, seja o que for para não enveredarem pela carreira docente. É que também se pode cantar durante a apanha do morango e que bem mais agradável que é (ou não se estivesse antes em plena comunhão com a Natureza, só).

1. Não há "palavrinhas" para descrever isto



2. Esta vida de Magalhães está a dar cabo de mim


Se isto for verdade, estou choca(lha)do.
E ficarei ainda...para aí...(deixa cá ver), talvez nos próximos 36 anos. É isso.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Cenas que perduram (4)

Do mais psicologicamente avassalador que já vi até hoje
(com aqueles tamborzinhos à mistura, claro).


Eyes wide shut, Stanley Kubrick (1999)


Cult Leader: [Pleasantly] Please, step forwards. May I have the password?
Dr. Bill Harford: Fidelio.
Cult Leader: That's correct, sir! That is the password- for admittance. But may I ask, what is the password- for the house?
Dr. Bill Harford: The password for the house..
Cult Leader: Yes?
Dr. Bill Harford: I...seem to...have forgotten it.
Cult Leader: That's unfortuante! Because here, it makes no difference- whether you have forgotten it- or whether you never knew it. You will kindly remove your mask.
[Bill removes mask. Cult leader continues in a pleasant tone]
Cult Leader: Now, get undressed.
Dr. Bill Harford: [nervously] Get...undressed?
Cult Leader: [sternly] Remove your clothes.
Dr. Bill Harford: Uh.....gentlemen..
Cult Leader: Remove your clothes. Or would you like us to do it for you?

Até que a vista nos doa (13)

A celebrar o número do azar.
Colocar uma foto da Angelina Jolie aqui é equivalente ao "puxar" do ás numa sueca.
A tratar uma borbulha recidivante com um corticóide oral.
Previsível de certa forma, a roçar o bioterrorismo talvez, mas 100% eficaz.

Angelina Jolie (precisava de legenda?)

P.S: No regresso da cor a esta rubrica, a "sugestão" foi da "mana" há uns dias atrás.

Joan as Police Woman

Se tiver que ser multado um dia, então que seja pela Sra. Agente Joan Wasser (também conhecida por Joan as Police Woman). E que me diga quanto tenho de desembolsar a cantar que sou "menino" para me fazer surdo e obrigá-la a repetir uma meia dúzia de vezes. Ou talvez não que é muito: só 6, vá.

"Valha-me Nosso Senhor" se eu não sou "rapazinho"- caso os astros estejam nas casinhas correctas por essa altura (que é como quem diz, não haja "banking" lá no hospital)- para me estrear no mui lindo Centro Cultural Olga Cadaval, ali para os lados de Sintra, ao que parece dia 9 de Novembro.
Estou a fazer figas para que haja bilhete ainda. Se estou.


Joan as Police Woman - To be loved

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

«She's elusive»

Scott Matthews - Elusive



She's a gambler
Spinning wheels
The poisoned victim
The look of steel
The coldest hearts you've ever felt
The coldest hands you've ever held
Take him down
All away
A million miles
Still know her way
As I learn to live long
In a mind I'm proud to roam

She's elusive
And I'm awake
You're finally real
There's nothing fake
A mystery now
To me and you
Open my eyes
And I'm next to you
She's said my destiny
Lies in the hands that set me free

A wreckless night
She hears me breathe
Curse in the sky
But there's company
Lost her wisdom deep inside
Her bitterness shows inside
If it's true
I am doomed
What more is there
To hold on to
A strand of her hair is all I own
A gift to me with sorry so

...

If something says
That this ain't right
There's more to her
Than meets the eye
Come's and go's at any time
Back in my head till another time

...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Snapshots

No cimo do Parque Eduardo VII.


segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Uma imagem e uma música

Morning Sun, Edward Hopper (1952)


E Morrissey. Em dias de férias, Everyday is like sunday.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Disto não há no IKEA

(Ou talvez até haja. Mas isso não interessa agora.)

Koop - Come to me

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Twenty something

Chego aos 25 e apercebo-me que ainda não sou capaz de mandar um bitaite decente sobre política internacional (ainda que, do pouco que vi desta campanha presidencial americana, a ache uma fantochada e me orgulhe de tamanho sinal de maturidade). Nem muito menos de macroeconomia, que apenas sei encaixar na categoria das palavras técnicas bonitas. E saber palavras técnicas é sempre bom num mundo de técnicos, mas quando ela é bonita é qualquer coisa mais. É saber "encher salas" também (e não é graças ao prefixo em causa). Muito menos entendo o frenesim com que um espirro mal contido em Wall Street é sentido do lado de cá. Como se de um verdadeiro furacão se tratasse. E toda a gente sabe que furacões não podem haver todos o dias. Eventualmente haverá um ou outro que arrase tudo à passagem. Agora todos os dias, não. Dêem-nos descanso.

Motivos quase suficientes para uma autêntica desilusão ao virar de quarto de século.

Mas dou conta que face aos 18 (a dita maioridade) alguma coisa mudou, é certo. Ainda que os sonhos ainda não dêem sequer para contar pelos 10 dedos das mãos que estendo à minha frente no preciso momento em que pauso a escrita (...pausa...). Ainda bem.
Tal como eles, como se nenhum sonho fosse menos importante por maior ou menor, por mais fácil ou difícil de alcançar. Afinal de contas, todos são o que são: sonhos. A leveza e musicalidade da palavra em si conota toda a sua grandeza. Sonhos. Repitam e reparem. Capazes de flutuar.


E aos 25 (o início da maturidade) perco-me no inevitável balanço do que já alcancei então.
Emprego aparentemente estável (desculpem-me a presunção mas face aos dias de hoje...) e que me estimula (acima de tudo, isto o mais importante), carro próprio (my first, own and yet the only possession), algumas pessoas queridas e pouco mais assim espremidinho, se o tivesse de dizer numa frase só.

Mais.

- Memórias de outros tempos, sim. Do que já foi e volta prazeirosamente às vezes, do que nunca mais volta mas que mesmo assim dá um gozo tremendo recordar. De quem não quis, mas acima de tudo de quem quis mas não pôde ficar. De quem não fui capaz de descobrir lugar e, claro, de quem por cá ainda vai ficando sempre.
Tudo isto, na certeza que o esquecimento é a coisa mais natural que há, mas que a recordação não lhe fica atrás pelo rasgo de espontaneidade que pode conter em si. Li há uns tempos que para esquecer é preciso recordar (ou tê-lo recordado antes). Nada faz mais sentido.

- A simplicidade e naturalidade com que, aqueles que considero terem sido os meus verdadeiros mestres até hoje, me cativaram (nem eles o imaginam...).

- 3 ou 4 receios de vida que ainda mitigo, outros tantos quase-axiomas que me vêm acompanhando.

- Algumas frases escutadas, lidas, faladas, dialogadas, pensadas, muitas delas ecoadas em mim, que me marcaram ou ainda marcam, outras que já não marcam mas que por cá assentaram arraiais. Nem muito menos dão para esquecer ou apagar.

- Uma série de imagens, de instantes, nada contínuo e ainda assim tudo estupidamente interligado, às vezes confuso até. E também por isso talvez tenha dias em que as detesto recordar. Como se, castigo existencial, não me fosse permitido captar nada mais do que simples pedaços aberrantes do que me rodeia para a posteridade. E todo o resto que os unifica se degradasse. Sem que pudesse fazer o que fosse, se entranhasse de bolorosidades precoces e se esfarelasse na brisa mais ténue que possa haver. Naturalmente e só com o simples passar do tempo. E eu assim, meio sem saber para o que venho afinal, ao perder diante de mim o que daria sentido pleno a isto tudo.

- Umas tantas cenas de filmes, que assimilo como se de páginas de um possível roteiro se tratassem (nunca se sabe quando surge a deixa ideal).

- As fotos de vida que nem preciso pendurar.
- Outras tantas músicas que guardo, mas que nem sequer em formato físico ou digital, nem muito menos tomei nota.
Simplesmente, sei-as todas comigo ainda que se me perguntarem pelas mesmas, inevitavelmente me escape alguma. Estou consciente de tal, é óbvio. Mas tenho-as por cá e isso é para mim é-me suficiente.

- Talvez 5 locais (dos poucos em que já estive e vou estando) que nunca irei esquecer. A vontade de lá voltar mas a razão azucrinando-me para outros conhecer antes.

Quase sempre estropiado por uma vontade, também ela já vintã, de conhecer, de partilhar, de ir à descoberta. De partilhar sonhos e medos. De enfrentar o desconhecido. De lhe estender a mão e lhe espremer todo o brilho da sinceridade. De quem não tem nada a perder. Do primeiro impacto de um olhos-nos-olhos. De festejar essa pequena coisa a que chamam cumplicidade. Que nasce assim do pé para a mão (às vezes meio tosca até) para depois crescer robusta vezes sem conta. De brincar aos "sem fins" no gozo que só a certeza que nada é eterno nos pode dar. De quem sabe a "labilidade de malabarista" dessa coisa que é a Vida. Como se a ignorância ou a inconsequência fosse o pior dos nossos pecados (eu próprio, hoje, ainda não o sei).
E no entanto, sempre o tempo (sempre o tempo...) como o mais contínuo que existe. [há uns tempos no blog de uma amiga, quase cruel mas sublimamente escaqueirado (é esta a palavra) em 5 ou 6 palavras só...e eu assim, estarrecido em como ela o apanhou tão bem].


Hoje apaguei 25 velinhas de um sopro único. Para que se saiba só. Não fosse tal motivo mínimo e ridículo de orgulho por agora, que não me falta o fôlego.

Revejo os planos e traço novos objectivos lá para os 30. Até lá. Quem sabe, aí sim, saberei mandar os bitaites referidos. Nem prometo fazer muito por tal. Nada mesmo até. Como se isso- em jeito comum de quem numa vida quase sempre sobrevaloriza futilidades, fosse sequer o mais importante.

sábado, 4 de outubro de 2008

Era mais isto

[Dedicado à malta do "eu faço e aconteço". Que os há e não são poucos.
Com os melhores cumprimentos da casa] :

Deolinda (ao vivo nas Manhãs da Antena 3)


Sem palavras.
Cantar simples e em português afinal é possível. Mas está ao alcance de poucos por certo.

J. M(ar)RAZ(es)

Uma música bem-disposta. Um cd todo bem disposto.

[Nota a posteriori: uma prenda de aniversário bem ao jeito da pessoa que a ofereceu! E quando assim é, uma vez volvidos aquela dúzia e meia de anos e os 3kg de pó sobre a efeméride, de certeza ainda me lembrarei do autor da oferenda. Cheers and may the Lord be with u!!

Well open up your mind
and see like me
open up your plans
and damn you're free
;)]

O ideal para queimar os últimos cartuchos estivais que "pó ano há mais qu´isto é sempre assim, vai e volta".

Lugar comum: inevitável pensar no quão mais fácil é cantar em inglês: quase tudo soa a milímetros de Shakespeare ou E. A. Poe.
"Raios parta" a nossa língua! Há alturas em que só complica, e quando não complica soamos ao mais básico que há (vulgo mestre de obras). Os exemplos são inúmeros e basta pensar nas frases mais emblemáticas (com particular destaque para os diálogos românticos) de alguns filmes.

Atentem um pouco na letra desta canção, na batida (e porque não no vídeo) e imaginem-na cantada no nosso querido dialecto. O mais provável era o artista ser José Marrazes (ex-elemento de uma boysband formada por 4 indivíduos nortenhos, 2 dos quais ex-presidiários) e o título da música: "Sou teu". Duvido sequer que se tornasse hit de Verão.

Numa coisa estamos muito mais à frente que os americanos: descobrimos a nossa música "pimba" muito antes deles. Creio até que esboçámo-la aos primeiros grunhidos arcaicos por cá proferidos. E desconfio mesmo que eles nunca venham a descobri-la (pelo menos tão nitidamente como a malta faz por cá).


Jason Mraz - I´m yours

De papo para o ar

Eis que senão, às portas de Outubro, entro neste modo por uns dias.

Como imagem, uma remota lembrança de uma casa no tabuleiro do jogo "Paga e Cala" (salvo erro, a que assinalava o Domingo de cada semana) com um um tipo espreguiçado numa daquelas camas de rede, ostentando um ar displicente mas feliz.
É isso: mais ou menos como se fosse "Dominguinho" (mas daqueles sem "banking"!!!) todos os próximos dias.

Podem até chover ancinhos que os dias que aí se avizinham são de puro descanso e meditação. Ora pois.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Até que a vista nos doa (12)

Ainda Paul Auster.

Diz-se que um homem enlouqueceria se não pudesse sonhar à noite. Do mesmo modo, se uma criança não tiver a possibilidade de penetrar no imaginário, nunca estará em condições de enfrentar o real. A necessidade de histórias de uma criança é tão fundamental como a sua necessidade de comida, e manifesta-se do mesmo modo que a fome. Conta-me uma história, diz a criança. Conta-me uma história. Por favor, pai, conta-me uma história. Então, o pai senta-se e conta uma história ao seu filho. Ou então deita-se no escuro a seu lado, os dois na cama da criança, e começa a falar, como se no mundo não restasse outra coisa senão a sua voz, e conta uma história no escuro ao seu filho. Muitas vezes é uma história de fadas, uma história de aventuras. Mas, muitas vezes, mais não é do que um simples salto no imaginário. Era uma vez um menino chamado Daniel, diz A. ao seu filho que se chama Daniel, e estas histórias em que o miúdo é o herói são talvez as que mais lhe agradam. Do mesmo modo, conclui A., enquanto está sentado no seu quarto a escrever o Livro da Memória, ele fala de si mesmo como se de um outro se tratasse, a fim de contar a sua própria história. Para se encontrar nas páginas, ele tem de fazer de si um ausente, ele tem de se apagar. E é por isso que ele diz A., mesmo quando quer dizer Eu. Porque a história da memória é a história de ver. E ainda que as coisas a ver já não estejam lá, é uma história de ver. A voz, portanto, prossegue. E mesmo quando o miúdo fecha os olhos e adormece, a voz do pai continua a falar no escuro.

in Inventar a Solidão, Paul Auster


Ando deliciado com as suas criações. Todas as que conheço até à data.

Sophie Auster, acrtiz e cantora, filha de Paul Auster

(KO)isas sem sentido (7)

O Benfica deve ser o único clube do mundo em que uma entrada naquilo a que se pode mesmo chamar de Taça Uefa é sentida como se da vitória na competição se tratasse.
Síndrome da pequenez, dirão uns. Sentimento de grandeza inexplicável e intransmissível, dirão outros.
E o mais delicioso de tudo (repito: o mais delicioso- ou não estivesse aquilo a que chamo "delícia" enraizada na estranha comunhão da paixão mais sórdida com a mais arrasadora das razões) é que Eu próprio sou benfiquista.
E se há dias em que faço questão de o dizer é nestes.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Starb(l)ucks!!!

Não foi numa esquina da Fifth Avenue, como gostaria de ter sido.
Não nevava lá fora nem muito menos, ao primeiro dia de Outubro, fazia sequer o pouco de frio que convidasse a qualquer coisa mais quente do que umas jeans e uma t-shirt de cores quentes.
Mesmo que nevasse lá fora passaria despercebido aos saudosistas que por ali fossem à procura de um pouco do Inverno que teima em aparecer. Dos míticos casacão e cachecol, nem sinal portanto. Nem muito menos do bafo quente que emana de cada respiração e embacia a janela nesses dias. Janelas nem vê-las, também.
Nada, mesmo nada disso.

Mesmo assim não resisti em ir até ao Starbucks no Centro Comercial Allegro em Alfragide. E talvez não pudesse haver pior sítio para abrir um franchising da marca americana em Lisboa.
Chiado, Rossio, Baixa, Saldanha, Avenida da Liberdade, Avenida da Républica, nãaaa. "Too obvious", dirão os senhores da franchising. "O que está a dar é um Centro Comercial, bem à periferia, viva a descentralização". Assim paredes meias com uma Zara, uma sapataria qualquer ou seja lá o que for (que confesso nem ter reparado).

A antítese do Starbucks que tinha no meu imaginário.
Do café em si, as expectativas já não eram grandes. Apenas se cumpriram.
O resto, pelo que já disse, foi pura desilusão. Restou-me o contentamento do copo de plástico.
Uma língua escaldada e a inevitável volta aos intestinos que 1/2 litro de café faz a um consumidor habitual de expressos.

Ora bolas: assim se desfazem os sonhos de uma infância/juventude. Horas a fio de filmes/séries americanas e fazem-me uma destas.